Reviews for Conversations with Elizabeth Bishop

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Review # 1 was written on 2020-07-06 00:00:00 Philippe Gagnon Elizabeth Bishop chegou no Brasil em 1951 e ficou por mais de 15 anos no Rio de janeiro e Minas Gerais . Embora não pretendesse ficar por muito tempo , uma violenta crise alérgica a um caju, consumido na ocasião de sua chegada ao Brasil, fez com que ela perdesse o navio e acabou ficando todo esse tempo. Ela recebeu os maiores prêmios e honrarias que qualquer poeta poderia receber: prêmio Pulitzer de poesia (1956); Merril-Ingram (1968); da Academia Norte-Americana de Artes e Letras (1950); National Book Award (1968); Ordem do Barão do Rio Branco (1969) e Prêmio Internacional de Literatura Neudstadt/Books Abroad (1976). A revista World Literature Today dedicou a Elizabeth Bishop 50 páginas de críticas literárias, escritas por Octávio Paz, John Asherbery e outros cobras da literatura. Apesar de ser recatada , tímida e discreta , agora vários anos depois de sua morte ( 1978) podemos com certeza dizer que a sua vida não foi tão simples assim. Hoje sabemos que Elizabeth chegou ao nosso continente fugindo de uma depressão muito grande que a assolava. No rio de janeiro ela se apaixonou por Lota,filha do jornalista carioca José Eduardo de Macedo Soares, dono do "Diário Carioca", que tinha 42 anos na época e era a ovelha negra de uma aristocrática e milionária família carioca , amiga de Carlos Lacerda. Elizabeth viveu 13 anos muito bem com Lota, mas uma tragédia marcaria esse relacionamento; Lota se suicidaria em 1967 . Elizabeth que já tivera uma história familiar trágica ,ficando órfã bem pequenina seu pai morreu quando ela tinha 8 meses e sua mãe morreria louca quando ela tinha 4 anos , agora entrava para os arrebatamentos e intrigas do estranho mundo do homossexualismo feminino -especialmente numa época em que ser lésbica não era chique. A loucura e tragédia parecem estar sempre presentes na vida de Elizabeth. A loucura da mãe parece que a perseguia. Viciada em bebidas,temia também ficar louca. Robert Seaver, um jovem que se apaixonou pela adolescente Bishop, suicidou-se dois anos depois que ela deixou a faculdade, enviando antes um bilhete pelo correio, que dizia: "Elizabeth, vá para o inferno". Bishop também era muito amiga do poeta Robert Lowell , que segundo dizem, também era louco e sofria de esquizofrenia. Sob suas amantes também pairava o clima da loucura. Lota se suicidou, Roxanne Cummmings também tinha problemas mentais. Aqui no Brasil ela viveu em Petrópolis e Ouro Preto. Traduziu Clarice Lispector e uma coletânea de poetas brasileiros do século 20. Traduziu também" Minha Vida de Menina" (1942), relato autobiográfico escrito por Alice Caldeira Brant, sob o pseudônimo de Helena Morley. Escreveu sobre o Brasil no New York Times e preparou um livro sobre o país para a série de Terras Estrangeiras da revista Life. Deixando os sofrimentos e as tragédias de lado, no que tange à poesia ,ela foi perfeita. Escreveu pouco , 101 poemas , mas com uma qualidade impressionante. " Conversas com Elizabeth Bishop, é uma coletânea de entrevistas de onde ela sempre cita o Brasil. Bishop não era muito conhecida dos Brasileiros, mas quando ela ganhou o Prêmio Pulitzer , despertou a atenção dos jornalistas brasileiros para a poeta laureada norte-americana que vivia entre eles. Quando perguntada porque escolheu ficar no Brasil ela diz – "Porque a natureza é doce e bela, e doce e boa é a sua gente." Outra vez disse: "os brasileiros foram todos tão bondosos e simpáticos comigo, que fui ficando... até hoje”. Criticou a falta de propaganda Brasileira no exterior ("Adoraria que o Brasil fosse visto como um lugar mais próximo e menos como um objeto de fantasia pitoresca."), elogiou a Democracia Racial e criticou a lentidão do nosso correio. Criticou a desigualdade e a pobreza "Acabei dizendo que eles deveriam vir para o Brasil e ver o que é o sofrimento de verdade, com seus próprios olhos" disse ela certa vez comentando uma conversa que tivera com seus alunos quando esteve nos EUA. Gostava muito de Manuel Bandeira, Drummond, Cabral Mello, Machado de Assis Euclides da Cunha etc. Voltou para os Estados Unidos em 1967.Que impressões, de maneira geral, lhe deixou o Brasil? “Não tenho teorias sobre o Brasil, como muita gente. Logo que cheguei, sim, as tinha e eram impressões agudas. Aos poucos foram se desvanecendo. O Brasil virou minha casa." Continua “Não foram as mudanças políticas brasileiras que me fizeram partir. Foi simplesmente o fato de ter aceitado um emprego. Durante muitos anos tive o prazer de ser o único poeta americano que não dava aulas. Tinha algum dinheiro quando fui ao Brasil, a vida era mais barata, coisa, aliás, que mudou." Quando ela se mudou do Brasil ela levou vários artefatos daqui para enfeitar sua casa nos EUA. É uma honra para nós Brasileiros saber que Bishop esteve entre nós. Atualmente há uma polêmica em relação à Elizabeth Bishop.Ela será a primeira autora estrangeira homenageada pela Flip, que chega a sua 18ª edição em 2020. Isso se deve a alguns elogios tecidos por ela em relação à ditadura e o golpe de 64. Eu penso que ela estava confusa e perdida em relação ao que estava acontecendo no Brasil .Em algumas cartas ao poeta Robert Lowell ela relatou : "Ando horrivelmente deprimida com o que está acontecendo por aqui, e meu único pensamento é ir embora por um tempo", um mês depois do golpe escreveu: "Nunca na minha vida, antes de vir para cá, sonhei por um minuto que algum dia eu gostaria de ver um exército tomar o poder". Muitos escritores deram suas opiniões a respeito da escolha de Elizabeth Bishop para ser a homenageada na Flip. O consenso geral é que esses elogios não são nada se comparados com o talento dela como poetisa, ou que todos erram em algum momento, o problema seria o momento atual do Brasil, em que estamos sendo bombardeados por ameaças antidemocrática. Então é uma escolha feita no momento errado. Enfim como poeta ela foi um gênio. Livro delicioso de se ler. Recomendo.

Review # 2 was written on 2018-11-06 00:00:00 Joseph Zmuda The interesting convos were in the introduction.